Nos dias 11 e 12 de julho de 2022, às 19:00, o Programa de Pós-graduação em Estudos Literários (PPLET), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), receberá a Profa. Dra. Margaret Anne Clarke, da King’s College London, para a realização do minicurso “Biossemiótica, Biopoética, Bioresistência: novos paradigmas epistemológicos nas relações humanas com o mundo natural, a estética e a tecnologia”.

O PPLET convida todos(as) a participarem dessa atividade internacional!

Inscrevam-se:  https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSe7ur5Kr_6LKcE24mzaJASn14Sct2r9GxU9qpy8vKNqK-vBkQ/viewform?usp=sf_link

Haverá emissão de certificado.

Programa do minicurso:
O minicurso propõe dois momentos de reflexão. O primeiro momento diz respeito à mudança e à transformação das definições da própria vida e dos processos que a constituem. Considera-se que a vida se baseia na semiose, ou seja, a produção dos sinais e códigos de cada organismo vivo. O processo da evolução não é uma questão de "sobrevivência dos mais aptos", mas sim um processo de comunicação e interação contínua dos organismos uns com os outros. A partir daí, desenvolveu-se, nas últimas décadas, todo tipo de temas e conceitos, como, por exemplo, a disciplina da "biosemiótica", cujo objetivo é abordar a formação e a interpretação dos signos vivos e suas relações com a natureza, ou a "autopoeisis" que aborda os organismos vivos como sistemas capazes de regular e ajustar suas próprias funções. Essas questões são evidentes na poética e arte brasileiras, desde as primeiras experiências modernistas até a "biopoética", de Eduardo Kac, bem como de outros artistas e pensadores que exprimem esses conceitos em diversas formas. O segundo, tem a ver com todas as preocupações atuais relativas à mudança climática, ao aquecimento global e à perda da biodiversidade, o que Ignácio de Loyola Brandao previu em seus livros, é claro. Ele também previu a presente ordem mundial do que o filósofo argentino Julian Axat chamou de "biopolítica", onde conglomerados multinacionais e governos das nações economicamente poderosos compõem uma rede que exerce controle quase total sobre o sistema econômico global e a vigilância sobre o mesmo através da tecnologia militar e virtual. Desse modo, o minicurso tem como objetivo discutir questões teóricas acerca dos conceitos de vida e da linguagem, das definições de "biosemiótica" e "biopoética", com exemplos da poesia e da arte, relacionando-as à situação global atual, ao meio ambiente e à biodiversidade, cujas implicações tocam em respostas criativas, literárias, tecnológicas, como forma de “bioresistência”.